quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Brigada de incêndio

Post de 26/09:


Causo do dia!

 Hoje fiz o curso de brigada de incêndio. Para mim, foi uma reciclagem. Faço há anos e acho importantíssimo, pois o que é aprendido não vale só para o trabalho. Pode me ajudar a salvar uma vida na minha casa, por exemplo. Por isso não abro mão de praticar.

O curso foi bem legal. Revi alguns conceitos, aprendi umas coisas novas, mas a parte digna de nota ficou para a volta: os participantes, à bordo de uma van, contando seus próprios causos!

 Tudo começou com uma panfletagem política. Estávamos em Santo André, e todos éramos de SP. O motorista recusou a propaganda, dizendo: "não somos daqui". Começamos a falar de política, de quem presta e quem não presta. Nem tomei partido, fiquei só de butuca. Mesmo porque o foco da conversa logo se desviou para a fauna paulistana. Parece que realmente temos um ego infladíssimo, sempre queremos ser o assunto da vez!

 Nesse tópico, quem mais chamou a atenção e fez todo mundo rir foi o colega que nasceu em Natal, cresceu em Pirassununga e veio trabalhar em SP. No primeiro dia que pegou a escada rolante no metrô e parou à esquerda, um sujeito pediu licença. O colega pensou: "será que estou na contramão? Pensei que fosse uma pessoa em cada degrau, e a escada nos levasse até o topo!"

 Outra coisa que o sujeito não entendia: fila para pegar o lado direito da escada rolante. Diz: "esse povo apressadinho atrasa a minha vida! Por que não podem esperar a escada levar a gente até em cima?"

 Mas ele teve que se adaptar. Hoje já sobe pela esquerda. E pede licença, pois agora não abre mão de "economizar 3 segundos subindo à pé"! Falava isso num falso tom de indignação, o que fazia todo mundo rir, claro. Só parou quando eu disse: "sabia que em Nova York, Londres e Paris a regra é deixar a esquerda da escada rolante livre?"

O sujeito ficou passado: "mas isso é um fenômeno global?"

Pois é...

 Mas o sujeito já emendou outro assunto: o idoso que não usa o assento preferencial quando alguém se levanta e oferece a vaga no metrô. O idoso diz: " vou descer na próxima". Mas, segundo o colega, "o cara não desce! Fica lá em pé, por 3 estações, e eu sentado no banco de idoso. Aí um mané entra no carro e manda eu dar o lugar para o vovô. Mas ele não quis sentar! E agora, o malvado sou eu?"

 Outra colega de caravana contou um caso ocorrido no ônibus. Havia um bingo em frente ao ponto e, bem na hora do rush, um bando de velhinhas "Supergatas" (quem lembra da série de tv?) invadiu o coletivo. Claro, queriam sentar nos assentos reservados, e uma delas pediu a uma mulher que cedesse o lugar. Mas a dita cuja se recusou: "não vou me levantar! Eu trabalhei o dia inteiro, estou cansada e com dores nas pernas. Essa velharada passa o dia inteiro no bingo e cisma de pegar o ônibus bem na hora do rush? Não levanto!"

 E não houve Cristo que fizesse a mulher se levantar...

 O agente de segurança, que pilotava a "caravana da coragem", também tinha seus causos. Como da vez que teve que lidar com uma motorista que dirigia feito louca, costurando todo mundo. De propósito, ele fechou a mulher que, indignada, começou a gritar: "eu tenho filho!", dando a entender que o estilo "Ayrton Senna" de dirigir era para buscar o tal príncipe herdeiro na escola. O agente não se fez de rogado e retrucou: "é, só a senhora tem filho, o resto de nós não tem, né?"

 Depois dessa, a "pilota" teve que se calar!

 Trânsito infernal em Santo André. A conversa acabou enveredando para esse lado. E começaram a falar mal dos ciclistas.

Ah, desta vez eu não fiquei na moita!

 Deixei claro: bicicleta é veículo de transporte definido em lei, tem o direito de usar as ruas! Mas nem a minha indignação durou muito. O colega de Natal/Pirassununga/SP já interveio: "se o ciclista anda na calçada, eu xingo. Mas aí o cara vai pra rua e é xingado pelo motorista! E o pior, morre atropelado!"

 Amigos ciclistas, a coisa tá feia para o nosso lado!

 Aos poucos, o grupo foi se dispersando. Cada um seguindo o seu caminho. O colega dos causos do metrô já foi avisando: "quem for embora de metrô comigo vai ver como eu aprendi a ser selvagem!"

 Não paguei pra ver, fui até à Paulista e peguei meu famigerado "busu" Lapa, onde aproveitei para digitar esse texto num celular com bateria à 11%. iPhone é o que eu classifico de "celular com fio": a bateria dura nem 24 horas!

 Agora, quase chegando em casa, tudo no que penso é num banho quente e num cobertor. Porque depois do frio que passei hoje, já não sinto mais as minhas extremidades!

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