quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Gente espaçosa...

Post de 25/09, mais um escrito no ônibus!


Andar de ônibus é sempre uma aventura, não?


 "Causo" de hoje:


 Uma criatura sentada ao meu lado, com a bunda do tamanho da África meridional, ocupa quase todo o banco do ônibus. Eu, que estou bem longe de ser o Chile, fico espremida num cantinho.


Como se não bastasse, a criatura escuta som no último volume, com fone de ouvido. Ouço perfeitamente a trilha sonora e tenho que admitir, não é tão ruim: "Hungry Eyes", do filme Dirty Dancing.


Até acompanho a melodia, que se mistura com o "eu quero Tchu, eu quero Tchá", tocada por um "trio elétrico" ao lado do ônibus. Mas tudo o que é bom pode piorar, certo?


A criatura recebe um chamada no celular. O toque é tão estridente, tão escandaloso, que o meu celular quase sai voando pela janela. Deus do céu, que exagero!


 Atendida a ligação, sou obrigada a ouvir toda a "via crucis" da cidadã, enquanto quase sou soterrada por passageiros que, à fórceps, tentam passar para os fundos do ônibus e assumirem, por alguns instantes, a posição de "porteiro" do veiculo. Sabem aquela pessoa que fica tomando conta da porta, sem receber adicional de periculosidade, quer no ônibus, quer no metrô? Já vi pessoas que deixam de sentar para assumirem a função, pode?


 A criatura ao lado continua com a verborragia. Ao mesmo tempo, devora um pacote de bolacha Passatempo. Nem pra me oferecer uma. Azar o dela. Vai ficar com todas as calorias.


Acabo de levar uma esfregada de mochila na cara. Essa foi cruel! Se o tecido fosse áspero, estaria toda ralada, como se tivesse caído da bike e deslizado pelo asfalto até o atrito me deixar imóvel. E em pedaços!


 Passado o esfregão, olho para o lado, e o que a criatura está fazendo? Dormindo! Total e profundamente concentrada em algum sonho digno da Terra do Nunca, com uma rapidez nunca vista. Olha, eu não tenho problemas pra dormir, mas o que vi agora é digno de registro no Guiness!


 Estou no ônibus há quase 1 hora, o trânsito, infernal. Sabe-se lá a que horas chegarei em casa.


Mas estou feliz, e sabem por quê?


 Não estou dirigindo, passando nervoso no engarrafamento. Não desperdiço meu dinheiro com combustível queimado à toa. Todo esse sossego por módicos 3 reais e uma convivência temporária com a exótica fauna paulistana. Até que sai barato!


 Às vezes, só uma interpretação no melhor estilo Poliana preserva minha sanidade...

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