quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Eleições 2012 - Segundo Turno

Causo de 28/10:



Pessoal, hora do causo!


 Já faz um tempinho que não escrevo, mas é que estava faltando assunto digno de ser contado. E causo precisa de assunto interessante, certo?


 Bóra rir!


 Bom, não vou repetir os causos do primeiro turno. Os analfabetos funcionais marcaram presença, como sempre. Como o sujeito que chega para justificar e diz:


 - Se eu sou do Piauí e estou no Ceará, posso justificar?


 E eu pensando: se o cara não está no Ceará, pois obviamente está bem na minha frente, por que diabos perguntou uma coisa dessas?


Sem comentários...


 Mas hoje o trabalho foi tranquilo. Aliás, tranqüilíssimo. Apenas 35 justificativas recebidas, contra quase 400 do primeiro turno. Então tivemos tempo para papear! O assunto? Causos do colega de bancada Leonardo!


 O sujeito é uma figura: morou em Londres, voltou com inglês fluente e, graças a isso, tem muito contato com estrangeiros. É cada coisa que acontece com o cidadão...


 Ele leva executivos pra baixo e pra cima pelas ruas de SP. Gente de alto nível, fruto de todo tipo de educação, do mundo todo. Israel, Emirados, EUA, Europa... Tem "gente humilde" como a gente, daquele tipo que, no maior sossego, pede que leve seus óculos de sol para o conserto. Detalhe: a armação é de ouro maciço!


E eu me achando com o meu Dior de 500 dólares...


 Uma história que me chamou a atenção foi a da visita do ministro do turismo de Israel, acompanhando a comitiva do então primeiro-ministro daquele país. Como todo bom covardão, o sujeito se negava a integrar a comitiva oficial, por medo de atentados.


Essa é boa: deve o emprego ao chefe, mas andar na companhia dele, nem pensar!


O tal ministro, sisudo e carrancudo, não falava com ninguém. Passava as instruções "na língua lá deles" ao segurança, que as transmitia ao Léo, em inglês. Dada a resposta no mesmo idioma, o segurança não fazia a tradução. Ou seja: o sujeito entendia inglês, só não falava com o nosso protagonista. Léo ficou na dele. Não quer falar, beleza!


 Trânsito caótico na cidade (bela novidade). O ministro, rumo a um compromisso, aguarda impaciente dentro da van. Pergunta ao segurança, na sua língua nativa, quanto tempo levariam para chegar até o destino, que é imediatamente vertida para o inglês. Léo começa responder, também em inglês:


 - São 4 km até o destino, então...


 Foi rispidamente interrompido pelo ministro:


 - Não perguntei a distância, e sim quanto tempo falta para chegarmos!


 Ah, pra quê...


 Léo é do tipo espirituoso, mas não leva desaforo pra casa. Nunca. Calmamente parou o carro, puxou o freio de mão, virou-se para o tal ministro e disparou:


 - O negócio é o seguinte: na minha cidade, temos mais carros circulando do que você tem de pessoas no seu país inteiro. Aqui, dependendo do trânsito, podemos levar de 5 minutos a 2 horas e meia para fazer o mesmo trajeto. Então, o senhor trate de ficar quietinho aí e esperar. Quando chegarmos, o senhor será o primeiro a saber. Entendeu?


 Silêncio total. O segurança, impassível, olhava para frente. O ministro, simplesmente, paralisado.


Como não obteve uma resposta, Léo repetiu a pergunta:


 - Entendeu? Não ouvi a sua resposta!


 O ministro balbuciou uma expressão de concordância.


Fez-se silêncio até ao destino. O ministro desceu do carro, bateu a porta com força e saiu feito Coelho Ricochete, bem ligeiro, levando o segurança a tiracolo.


Léo só aguardava ouvir a famosa deixa do Donald Trump: "You're fired" quando o segurança retornou. Já foi perguntando:


 - E aí, posso ir embora? Já estou na rua?


 A resposta:


 - Uau, nunca vi o cara tão bravo! Estava tremendo de raiva!


 Mas não foi dessa vez que Léo perdeu o emprego. O segurança estava feliz da vida!


 - Nunca uma pessoa havia respondido pra ele desse jeito. Ele mereceu, é uma pessoa horrorosa! Eu queria bater palmas, mas não podia, né? Preciso desse emprego!


 Mas isso não foi tudo...


 No tão esperado dia da partida, nosso heroi levou o ministro "mala" até o aeroporto. Como era autoridade, pôde parar o carro em frente ao avião. Comodidade que nem MasterCard é capaz de comprar!


 Todos desembarcaram. O segurança encheu-se de malas, assim como os demais passageiros da van, e rumaram para o avião. Deixaram o ministro, bem como uma única mala de mão, para trás. Léo viu a mala, a pegou do chão e fez menção de entregá-la ao ministro.

Imediatamente, o sujeito "atendeu o celular", desviando o olhar da mala. O infeliz achava que, com isso, faria o Léo carregar a bagagem dele até o avião.


 Não poderia estar mais enganado!


 Léo ergueu a mala até a altura dos olhos do ministro, indagando silenciosamente: e aí, vai pegar ou não?


 O ministro, nada.


Agora imaginem um sorriso malévolo. Como daquele gato de desenho animado que aparece no filme "Esqueceram de Mim 2". Lembraram? Pois é, essa era a expressão do Léo.


O segurança, da porta do avião e testemunhando a cena, balançava negativamente a cabeça, como se dizendo: "Pelo amor de Deus, não faz isso!"


 Léo balançou a cabeça no sentido contrário: "Ah, faço sim"!


 Abriu a mão.


PÁ! A mala caiu com tudo no chão, aos pés do ministro!


 E ainda arrematou:


 - Não vai pegar a sua mala? Ela não vai entrar sozinha no avião!


 O segurança, atônito, observou seu chefe pegar a bagagem, subir as escadas e entrar no avião sem dar um pio.


Já com o seu chefe a bordo, o segurança saiu pela última vez do avião. Não se aguentava de tanta felicidade! Fez o sinal de "positivo" para Léo, com um sorriso de orelha a orelha!


 Esse segurança lavou a alma no Brasil, e nem precisou ensaboar as escadarias do Bonfim!


 Pior do que lidar com autoridade, é aguentar ego ferido de "ex" autoridade.


Antigo ministro no governo molusco, o sujeito desembarcou em Congonhas. Léo estava escalado para buscá-lo.


Como não era possível estacionar na área de desembarque sem levar uma multa ou ter o carro rebocado, o que nosso protagonista fez? Parou o carro no estacionamento. Parece óbvio, certo?


 Não necessariamente...


 Léo recebeu o tal "ex" que, imediatamente, perguntou pelo carro. Quando soube que teria que caminhar até o estacionamento, não ficou feliz...


E como reagiu? Ficou um pouco para trás, pegou o celular e fez uma ligação.


Minutos depois, Léo recebeu uma ligação, com o prefixo de Brasília. Era a secretária do tal "ex", falando:


 - Parece que houve um problema na chegada...


 Heim?


 - Problema nenhum - disse Léo - estou com ele aqui!


 A secretária continua:


 - É que ele me ligou e disse que está caminhando até o estacionamento e...


 Nosso heroi viu verde! Pediu para a mulher aguardar no telefone, virou para trás e disparou para o "ex":


 - Não acredito que o senhor ligou para Brasília para mandar a sua secretária me dar uma bronca! E eu aqui do seu lado! Mas afinal, que tipo de homem você é? Não consegue dar a bronca na minha cara?


 E não ficou só nisso:


 - É aleijado, por acaso? Não consegue andar até o carro? Põe uma coisa na sua cabeça: você não é mais ministro! Tem que desembarcar como todo mundo! Se me arranjar uma placa oficial de Brasília, eu te pego até na porta do avião. Fora isso, vai ter que andar até o carro. Entendeu?


 Mais um "ego" devidamente murchado!


 E para encerrar, não tem só estrangeiro pisando na bola. Agora, é a vez de brasileiros. Cariocas, mais especificamente.


O grupo do Rio queria ir para uma rua específica. Léo não conhecia a tal rua. Imediatamente, um dos passageiros retrucou, de forma debochada:


 - Aí, tu não sabe chegar nessa rua, "merrmão"?


 Claro, ouviu a resposta à altura:


 - Aí, "merrmão", tu sabe quantas ruas existem no Rio?


 Claro que o sujeito não sabia.


- Então, aqui em SP tem mais de 140 mil. Não dá pra guardar tudo na cabeça, não acha?


 O carioca, quieto.


- Agora é o seguinte: se você já tivesse me dado o endereço de onde você vai, eu já teria programado o GPS e já estaríamos a caminho. Assim não estaria perdendo meu tempo nessa conversa!


 Léo recebeu o endereço, digitou no GPS e arrematou:


 - Agora fica quietinho aí, quando chegarmos eu te aviso, entendeu?


 Fez-se silêncio. Não antes de um carioca falar para o conterrâneo debochado, devidamente "murchado":


 - Aí, tu também mereceu, né, "merrmão"?


 Léo, obrigada pelas histórias!


 Boa noite a todos!

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